Se você procura um passeio para toda a família que, além de diversão, traga conhecimento, dê uma volta pelo Jardim Zoológico de Brasília. Criado três anos antes da capital federal, em 1957, o espaço de 139,7 hectares abriga cerca de 1 mil animais de 202 espécies diferentes, como grandes felinos, répteis, mamíferos, aves e antílopes.
O lugar recebe anualmente mais de 300 mil visitantes. Em 2018, a média foi de 355.589, já este ano, em apenas três meses, 130.159 pessoas passaram por lá.
Os animais são divididos por galerias para facilitar a localização e o aprendizado sobre eles. Dá pra saber, por exemplo, de onde eles são, pois alguns vieram da África.
Para os que gostam de animais maiores, uma parada nos grandes felinos e na galeria África é o ideal. Lá, o visitante poderá ver tigres, ursos, elefantes, girafas, zebras e hipopótamos.
Mas se o seu interesse é pelas alturas, o aviário é a melhor pedida. A diversidade de espécies é grande. E quem sabe um lindo pavão não abra as penas exuberantes ou um tucano mostre todas as cores do bico para você? Vale a pena conferir!
Aos curiosos, uma caminhada pelo borboletário e pelo serpentário pode ensinar muito sobre esses insetos e répteis.
Além disso, cada macaco no seu galho. E põe galho nisso. É tanta árvore para os macacos pularem que nem precisava da ilha particular que eles têm. Um espetáculo se der sorte de vê-los em movimento, principalmente os micos.
Na galeria África, o visitante poderá ver hipopótamos. Crédito: Gabriel Jabur/Agência Brasília
Só tem isso para fazer? Lógico que não
Entretanto, não ache que a ida ao zoo se resume a ver os animais, o local oferece bastante espaço verde. Uma pausa para ler um bom livro, para fazer um piquenique ou apenas para relaxar são opções do que pode ser feito nos gramados ou embaixo de uma das árvores, como os ipês. Também há lugares para jogar, acampar ou só passear.
O visitante ainda pode encontrar parquinhos para as crianças, lagos artificiais, lanchonetes, armadores de redes, mesas para descanso e piquenique e o Museu de Ciências, que possui esqueletos de animais.
O Zoológico como você nunca viu
Que tal conhecer o zoológico de outra forma? Esse é o objetivo do ZooExperiência. São seis roteiros para você conhecer a rotina dos hóspedes do lugar: bem-estar dos animais, desmistificando os répteis, noções básicas do reino animal, animais ameaçados de extinção, evolução dos animais invertebrados e história e trabalho do zoológico. Apenas o último tem restrição de idade, é para maiores de 13 anos. As visitas ocorrem nas quartas, quintas e sextas.
Outro projeto é o Zoo Noturno, em que o público — a partir dos 8 anos — pode conhecer os animais de hábitos noturnos. As visitas ocorrem terças e quintas, dependendo do clima. A entrada inteira é de R$ 30.
Todas as visitas de educação ambiental devem ser marcadas com antecedência pelo telefone 3445-7007, vagas limitadas. As programações não ocorrem em feriados e em dias chuvosos.
No projeto Zoo Noturno, você pode conhecer os animais de hábitos noturnos. Crédito: Andre Borges/Agência Brasília
Muito além da diversão
Porém, engana-se quem pensa que o zoológico é só um ponto turístico. Os objetivos da Fundação Jardim Zoológico de Brasília vão muito além da diversão para os visitantes. Lá, os profissionais também se preocupam com a preservação das espécies, recuperação de animais e o desenvolvimento de pesquisas.
Muitos animais que estão no zoo foram resgatados de atropelamentos, queimadas, transportes ilegais, entre outras ações prejudiciais, por órgãos ambientais e não conseguem mais retornar à natureza. E, para dar conta desse cuidado, o local conta com hospital veterinário e plantações próprias.
“O zoológico é como um bote salva-vidas para todas as espécies. Ele atua como um refúgio para os animais que são ameaçados pela ação do homem”, afirma o biólogo Igor Morais, que trabalha há três anos no local.
Para o também gerente de projetos educacionais, o principal intuito da instituição é ensinar. “Primeiro, para mostrar às pessoas que o local é para a conservação de espécies. Segundo, para que elas saibam a importância de ter animais como esses soltos na natureza. Ninguém se preocupa com o que não conhece, então, temos que informar.”
Justamente para ensinar a importância da preservação desde cedo, Mariana Abem, de 22 anos, levou a pequena Valentina, de apenas 3, para um passeio no zoo. “Essa foi a primeira vez dela. Ela gostou muito. Eu acho o local muito bom e com uma boa estrutura”, ressalta a estudante de psicologia e mãe da menina.
No Zoológico, os profissionais também trabalham com a preservação das espécies. Crédito: Tony Winston/Agência Brasília
Dicas para visitar o Zoológico:
– Procure em todos os cantos os animais, alguns ficam escondidos em seus abrigos ou galhos, como por exemplo os gatos.
– Os animais da galeria África devem ser visitados primeiro, pois têm hábitos mais diurnos.
– O melhor horário para ver os grandes felinos é a partir das 16h, quantos eles acordam, já que têm hábitos noturnos.
– O melhor horário para ver as lontras é na parte da tarde, pois elas também têm hábitos noturnos.
– Os animais da savana ficam mais tempo acordados, pois em seus habitats naturais eles precisam estar sempre atentos aos predadores.
– Os elefantes, girafas e zebras, geralmente, dormem cerca de seis horas por dia, mas de maneira intercalada. Tiram cochilos de duas em duas horas.
Curiosidades sobre o Zoológico:
– As capivaras não são do zoológico, elas vivem aos arredores, na reserva, e passeiam por ali.
– O Zoológico de Brasília é referência mundial em reprodução de ariranhas.
– O zoo daqui é o único do mundo que abriga dois animais ameaçados de extinção, o tatu bola da caatinga e a serpente cotiarinha.
Anote aí
Jardim Zoológico de Brasília (Avenida das Nações, Via L4 Sul)
De terça a domingo e feriados, das 8h30 às 17hIngresso*:
O valor do ingresso inteiro é de R$ 10. Os idosos com mais de 60 anos, crianças com idades entre 6 e 12 anos, estudantes, professores e beneficiários de programas sociais do governo pagam R$ 5. Pessoas com deficiência e crianças de até 5 anos não pagam a entrada.
De terça a quinta, exceto feriados, todos pagam meia entrada, de R$ 5.
* Os pagamentos dos ingressos são aceitos somente em dinheiro.
* Texto: Neyrilene Costa
estagiária sob a supervisão do editor-chefe Renaro Cardozo
Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília